Macau Quer Mais Investidores dos Países Lusófonos e Cria Moeda Digital

 

O Governo de Macau quer atrair mais investidores estrangeiros, incluindo dos países de língua portuguesa, com os quais vai introduzir uma moeda digital de liquidação para o comércio sino-lusófono.

Numa conferência de imprensa, o chefe do executivo, Sam Hou Fai, disse que o território tem de “receber os amigos estrangeiros para investir em Macau e também concretizar os seus sonhos em Macau”, principalmente na área da tecnologia avançada.

Sam, o primeiro líder da região chinesa que fala português, sublinhou que “podem ser provenientes dos países de língua português e espanhola”.

“Desde que sejam a favor da diversificação económica, são sempre bem vindos”, acrescentou o dirigente.

Sam defendeu que os empresários locais devem “explorar os mercados de língua espanhola e portuguesa e os mercados de África e o Médio Oriente”.

O chefe do executivo sublinhou que este é “o papel de Macau no palco internacional”, atribuído pelo Governo central chinês.

“Temos de conhecer quais são as nossas vantagens e promover ao exterior o nosso rumo de desenvolvimento”, disse Sam.

Num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o dirigente já tinha apelado ao setor industrial e comercial da cidade para “atrair mais investimentos de capitais estrangeiros e concentrar em Macau mais recursos [humanos] de alta qualidade”.

Os empresários locais devem “tirar pleno proveito do papel singular e das vantagens únicas de Macau” para “explorar ativamente os mercados prioritários, como os dos países de língua portuguesa”, acrescentou o líder do Governo.

Também na terça-feira, o secretário para a Economia e Finanças de Macau afirmou que pretende finalizar o sistema da pataca digital em 2025 e utilizá-la como instrumento de liquidação comercial para as transações entre a China e os países de língua portuguesa.

“Esperamos que a pataca digital possa ser usada como um dos instrumentos de transação digitalizada para os países de língua portuguesa, para transações comerciais, e para transações sino-portuguesas”, disse Anton Tai Kin Ip.

Em resposta a perguntas dos deputados durante a sessão da Assembleia Legislativa, o parlamento local, o secretário confirmou que o sistema central da moeda digital deverá estar finalizado até ao final de 2025, seguindo-se uma série de testes técnicos.

“A primeira fase de implementação centrar-se-á nas transações de retalho antes de se expandir para as aplicações grossistas”, disse Tai. “Posteriormente, pretendemos sair de Macau para nos ligarmos à plataforma de língua portuguesa”, acrescentou.

Uma delegação liderada por Tai Kin Ip esteve em Lisboa no início de março, tendo-se encontrado com dirigentes do Banco de Portugal, incluindo o administrador Luís Morais Sarmento.

Tai Kin Ip disse hoje aos deputados que iria continuar a visitar mais países de língua portuguesa no futuro, para procurar apoio para a utilização da pataca digital.

O secretário prometeu aproveitar as vantagens da pataca digital como uma moeda cuja circulação será livre através das fronteiras de Macau, uma economia aberta ao fluxo de capitais.

Pelo contrário, a moeda chinesa, o renmimbi, não é inteiramente convertível em outras moedas e as autoridades de Pequim impõem um rígido controlo ao fluxo de capitais, sobretudo para fora do país.

O protótipo do sistema da pataca digital de Macau (e-Mop) foi lançado em 12 de dezembro, oito dias antes do fim do mandato do anterior líder do Governo, Ho Iat Seng.

 

Other articles

Macao

Macau Quer Usar Moeda Digital nas Trocas Comerciais Entre China e Países Lusófonos

Macao

Macau Assume-se como Centro de Cooperação Científica com Países Lusófonos