A construtora naval sul-coreana Samsung Heavy Industries vai construir a segunda plataforma de produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) em Moçambique por 869,4 mil milhões de wons (EUR 542 milhões).
Em comunicado, a empresa referiu tratar-se de um contrato “inicial” e que o acordo final com a Eni, concessionária da Área 4 do Rovuma, norte de Moçambique, será assinado posteriormente, destinando-se a plataforma à zona ‘offshore’ Coral Norte, a segunda do género naquela área.
Moçambique tem três megaprojetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de GNL da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, incluindo um da TotalEnergies, ainda suspenso devido a questões de segurança, e outro da ExxonMobil, que aguarda decisão final de investimento, ambos na península de Afungi.
O único em produção, desde meados de 2022, é o operado pela Eni, que entretanto avançou para uma segunda plataforma flutuante, cópia da primeira (Coral Sul) e designada Coral Norte, para aumentar a extração de gás.
O Governo moçambicano aprovou em 08 de abril o investimento de EUR 6.600 milhões para o projeto de GNL Coral Norte, com previsão de produção de 3,5 milhões de toneladas anuais (mtpa) e arranque em 2028.
“O plano constitui a segunda fase de desenvolvimento do campo Coral Norte, FLNG, e consiste em uma infraestrutura flutuante de liquefação de gás natural com a capacidade de 3,55 milhões de toneladas por ano e seis poços de produção, avaliados em cerca de 7,2 mil milhões de dólares norte-americanos, cujo início de produção está previsto para o segundo trimestre de 2028”, anunciou, naquela data, o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa.
O projeto “prevê ainda a disponibilização de gás natural ao mercado doméstico na proporção de 25% do total do gás a ser produzido, conforme a legislação nacional, e o condensado em 100% para a geração de energia”, permitindo o “desenvolvimento de projetos de industrialização de Moçambique”, disse o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, em princípios de abril.
O país prevê ainda arrecadar 23 mil milhões de dólares (20,1 mil milhões de euros), em 30 anos, com o projeto Coral Norte, a segunda plataforma da petrolífera Eni para produção GNL na bacia do Rovuma, segundo o Governo.