Rotas de Integração Sul Americana Levam Governo do Brasil à China

A ministra brasileira do Planeamento e Orçamento, Simone Tebet, lidera uma missão à China desde segunda-feira para tratar dos investimentos para o Brasil e do plano de infraestruturas das Rotas de Integração Sul Americana.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também integra a comitiva para visitar o hospital inteligente da província de Zhejiang, cujo modelo será replicado no Brasil, segundo a Agência Brasil.

A missão termina na quinta-feira, dia 17. A agenda prevê uma visita ao Porto de Xangai, ponto estratégico para o projeto Rotas de Integração Sul Americana.

Estruturado em cinco rotas, o programa do governo brasileiro visa otimizar a logística e fortalecer o comércio com os países vizinhos e a Ásia, ligando várias regiões do Brasil através de projetos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos.

Operado pela Shanghai International Port Group, o Porto de Xangai liga-se a mais de 700 portos em mais de 200 países e é a ligação asiática com o Porto de Chancay, no Peru, que faz parte do projeto brasileiro de integração.

“A rota de Chancay é vantajosa não só por ser mais rápida, mas também por evitar canais com portagens elevadas, como os do Suez e do Panamá. Por isso, apesar de exigir a integração entre o transporte rodoviário e ferroviário, a rota bioceânica oferece uma poupança logística substancial”, explicou o Ministério do Planeamento e Orçamento (MPO), em comunicado.

Ao comparar as rotas marítimas para exportação entre o Brasil e Xangai, a pasta sublinha que a via Pacífico (rota de Chancay) é a mais eficiente.

Esta rota apresenta a menor distância marítima (17.230 quilómetros), o menor tempo de navegação (27 dias), o menor custo por tonelada (USD 80) e a menor emissão estimada de dióxido de carbono (1,45 quilogramas por tonelada de combustível).

Os ministros terão ainda reuniões com empresários e investidores.

Já a visita ao hospital chinês irá auxiliar as autoridades na fase de preparação do projeto brasileiro. O Zhejiang Hospital é um hospital público na China que se destaca pela sua tecnologia hospitalar avançada, especialmente em inteligência artificial, telessaúde e automação.

O Brasil procura replicar o modelo chinês para construir um hospital inteligente que sirva o Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto de financiamento de USD 320 milhões foi aprovado pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como o banco dos BRICS.

Os fundos serão mobilizados para a construção da infraestrutura física, aquisição de equipamento médico e qualificação de mão-de-obra.

Proposto pelo Ministério da Saúde, em coordenação com o Ministério do Planeamento e Orçamento, o projeto tem como objetivo desenvolver um modelo nacional de hospital inteligente, escalável e replicável, e implementar a primeira unidade hospitalar deste tipo no país.

“Esta iniciativa de impacto associará não só a capacidade financeira do NDB, mas também uma significativa expertise e cooperação tecnológica, contando ainda com experiências de sucesso da China no setor”, explicou o MPO.

Seguindo os procedimentos determinados pela Cofiex, o projeto encontra-se agora na fase de preparação. De seguida será direcionado para a aprovação do NDB e, de seguida, entrará na fase de negociação.

A negociação é coordenada pela Secretaria de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO, que preside à Cofiex, em conjunto com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o Ministério da Saúde, que será o órgão executor.

O Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil) será em São Paulo, no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e vai integrar os avanços médicos e tecnológicos do Brasil, China e demais países membros do BRICS e da comunidade internacional.

 

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