O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, apelou a uma parceria agrícola mais estreita com a China, sublinhando o importante papel da experiência chinesa no reforço da segurança alimentar e na transformação do sector agrícola do país africano.
Numa entrevista ao China Media Group, transmitida na sexta-feira, Chapo afirmou que a segurança alimentar é um grande desafio que Moçambique enfrenta, apesar dos abundantes recursos do país, incluindo terras aráveis e recursos hídricos, porque a concretização do seu potencial agrícola tem sido dificultada pela falta de tecnologia moderna e de experiência.
“Acreditamos que a China e Moçambique devem abrir um novo capítulo de cooperação de alta qualidade em infraestruturas e desenvolvimento agrícola, não só durante os últimos 50 anos, mas durante as próximas cinco décadas”, disse Chapo.
“Precisamos de construir parcerias mais estreitas na agricultura, abrir um novo capítulo e aprofundar ainda mais a amizade e a cooperação entre os nossos dois países”, adiantou.
O investimento e a assistência tecnológica chineses têm ajudado o país a resolver estes problemas, por exemplo o investimento empresarial chinês na província de Gaza, que produz arroz de alta qualidade para exportação para os mercados globais.
Com a ajuda de especialistas agrícolas chineses, a produção de arroz em Moçambique aumentou de 1,5 a duas toneladas por hectare para cinco a sete toneladas.
“As parcerias trouxeram não só os nossos irmãos chineses, mas também tecnologia e conhecimento. Através da transferência de tecnologia e da formação de competências, a nossa produtividade e produtividade do arroz melhoraram”, adiantou o Presidente moçambicano.
Os dois países têm trabalhado para modernizar as práticas agrícolas de Moçambique.
Para além do controlo de pragas e da irrigação, esta colaboração centra-se também na aplicação de tecnologias de agricultura inteligente, como sistemas de monitorização de catástrofes para detectar potenciais catástrofes e drones para levantamentos de campo e gestão sustentável do território.
Chapo enfatizou a importância de aprender com a experiência da China em ciência e tecnologia agrícola.
“A China está na vanguarda mundial em ciência e tecnologia agrícola, servindo como uma importante referência internacional. Em Moçambique, ainda hoje, a maior parte da nossa população vive em áreas rurais. Estas áreas têm um enorme potencial agrícola, mas o que nos falta são tecnologias modernas de produção agrícola, sistemas de irrigação, bem como diversos métodos inteligentes de produção e sistemas de monitorização. Ao mesmo tempo, enfrentamos problemas como o controlo de pragas com pesticidas e a aplicação de fertilizantes”, detalhou.