A delegação portuguesa à 3ª Exposição Internacional da Cadeia de Abastecimento da China (CISCE, na sigla inglesa) em Pequim integra empresas e instituições de atividades como a engenharia naval, energia “offshore” e serviços.
O secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC), Bernardo Mendia, afirmou à Xinhua que a CISCE, para Portugal que participa pela primeira vez, oferece uma plataforma construtiva para a cooperação bilateral e que pretende a procurar aprofundar as parcerias da cadeia de abastecimento com a China.
A CISCE é “uma oportunidade chave para Portugal e a China aprofundarem a cooperação económica e comercial e expandirem as parcerias da cadeia de abastecimento”, afirmou Mendia, que também lidera a delegação portuguesa à exposição , em Pequim de 16 a 20 de julho.
A participação de Portugal este ano, explicou Mendia, é impulsionada por uma conjugação de fatores. Por um lado, a CISCE é uma plataforma internacional de alto nível com alcance global e forte influência, proporcionando às empresas portuguesas uma importante oportunidade de se conectarem com o mercado chinês e aumentarem a sua visibilidade. Por outro lado, o foco nas cadeias de abastecimento chega num momento crucial.
A delegação portuguesa integra empresas e instituições de setores como a engenharia naval, energia offshore, serviços de certificação, seguros, investimento na educação, serviços jurídicos transfronteiriços e indústria do vinho.
“Portugal pode ser pequeno em tamanho, mas as nossas empresas são altamente internacionalizadas”, disse Mendia.
“Esperamos aproveitar esta oportunidade para mostrar as capacidades de inovação de Portugal em áreas como a certificação, energia, logística, educação, seguros e consultoria jurídica”, adiantou.
Mendia destacou ainda o potencial de cooperação entre Portugal e a China no transporte internacional. Ambos os países ocupam posições geográficas estrategicamente importantes, e a crescente interconectividade da sua infraestrutura portuária, aérea, ferroviária e logística apresenta oportunidades.
No contexto da cooperação China-Europa, referiu, ainda existe um amplo espaço para a expansão, seja no transporte marítimo, ferroviário ou aéreo, para desenvolver soluções mais eficientes, inteligentes e amigas do ambiente.
A participação de Portugal, disse, vai para além da apresentação de produtos e serviços. O país visa, também, construir pontes para o diálogo e a implementação de projetos concretos.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, o comércio bilateral entre a China e Portugal atingiu USD 9,28 mil milhões em 2024, «um aumento de 6,6% em relação ao ano anterior.
As exportações chinesas para Portugal atingiram USD 6,11 mil milhões, um aumento de 5,5%, enquanto as importações de Portugal totalizaram USD 3,17 mil milhões, um aumento de 8,9%.
Mendia disse que Portugal atribui grande importância aos seus laços económicos e comerciais com a China e espera desempenhar um papel mais importante na reestruturação das cadeias de abastecimento globais.
Descreveu Portugal como uma porta de entrada natural que liga a Europa, África e América do Sul, sublinhando que Portugal, enquanto membro da UE, oferece também um ambiente regulamentar estável e transparente e um quadro jurídico que apoia o investimento estrangeiro.
Nos últimos anos, o país acelerou o seu desenvolvimento em energias renováveis, tecnologia digital e fabrico inteligente, construindo agrupamentos industriais para apoiar a colaboração da cadeia de abastecimento global.