O crescimento do peso das importações por Portugal provenientes da China é dos mais elevados entre os Estados-membros da União Europeia, tornando a economia portuguesa das mais dependentes em relação a Pequim.
De acordo com um relatório da Direção-Geral de Assuntos Económicos da Comissão Europeia, verificou-se uma subida generalizada na Zona Euro da dependência das importações provenientes da China entre 2019 e 2023.
Em Portugal, 3,9% do total das importações são oriundas do país asiático, percentagem seja ainda relativamente baixa, mas o crescimento registado nos últimos quatro anos, de um ponto percentual, é dos mais elevados entre os Estados-membros, ficando apenas atrás de Espanha e em linha com Alemanha, Países Baixos e Eslovénia.
Este aumento da dependência da China ocorreu num contexto em que os Estados-membros da União Europeia optaram por reduzir as relações comerciais com a Rússia, devido à invasão da Ucrânia, e com o Reino Unido, após o Brexit. a dependência comercial da Zona Euro
Uma análise de Bruxelas conclui que Portugal está também entre os países da Zona Euro que mais agravaram a sua dependência comercial dos Estados Unidos e da China nos últimos anos.
Em relação aos Estados Unidos, em Portugal o crescimento foi especialmente acentuado: o peso das exportações para o mercado norte-americano no total das exportações subiu 1,3 pontos percentuais, situando-se entre os maiores aumentos registados na moeda única.
Os setores com maior dependência do mercado dos Estados Unidos incluem armas e munições, produtos farmacêuticos, combustíveis líquidos, borracha, cortiça e outros produtos têxteis.
Apesar destes desafios, Bruxelas aponta que os países da Zona Euro podem encontrar no mercado interno europeu uma defesa eficaz, sublinhando que a redução das trocas comerciais com a Rússia levou os Estados-membros a reforçarem o comércio interno.
Sobre os impactos que a guerra comercial entre Estados Unidos e China poderá ter na economia europeia, as estimativas da Direção-Geral de Assuntos Económicos indicam um impacto negativo que pode variar entre zero e 1%.