A OMC (Organização Mundial do Comércio) elogiou a decisão da China de renunciar aos benefícios comerciais decorrentes do seu estatuto de país em desenvolvimento, o que, segundo o organismo global, ajudará a tornar o sistema comercial mais justo e equilibrado.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou na terça-feira que Pequim deixará de solicitar os chamados benefícios do Tratamento Especial e Diferenciado, que decorrem da sua condição de país em desenvolvimento, nas negociações da OMC sobre futuros acordos.
Segundo a Reuters, um diplomata chinês sénior na sede da OMC em Genebra disse na quarta-feira que a China continuará a considerar-se um país em desenvolvimento, apesar de já não procurar os benefícios.
As regras comerciais da OMC permitem aos países em desenvolvimento mais margem de manobra para utilizar tarifas mais elevadas ou subsídios para proteger os seus sectores.
No entanto, como a China já se tornou a segunda maior economia do mundo há muito tempo, alguns parceiros comerciais, especialmente os Estados Unidos, disseram que isso é injusto.
“Este é um momento crucial para a OMC. A decisão da China reflete o compromisso com um sistema de comércio global mais equilibrado e equitativo”, afirmou a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, em comunicado.
Os membros da OMC estão a avaliar reformas abrangentes para revitalizar o organismo de comércio global, que tem sido desafiado por uma onda de tarifas impostas pela administração Trump.
Li Yihong, delegada sénior da missão da China na OMC em Genebra, afirmou em conferência de imprensa que a decisão de renunciar aos benefícios mostra o “compromisso da China em apoiar o sistema multilateral de comércio”.
“Isto não envolve qualquer alteração no estatuto da China como país em desenvolvimento e na OMC como membro em desenvolvimento, seja no âmbito da OMC ou em qualquer outro contexto”, frisou.
“A China continua a ser um membro importante do sul global e será sempre um país em desenvolvimento”.
Other articles
Projecto de USD 1,4 Mil Milhões Dará a Empresa Chinesa Concessão de Ferrovia Alernativa ao Lobito (Angola)
