O grupo de infraestruturas português Mota-Engil, que tem a chinesa CCCC entre os principais accionistas, ganhou o leilão do primeiro túnel imerso do Brasil, avaliado em USD 6,8 mil milhões.
As propostas, que incluíam uma outra da Acciona Concesiones (Espanha), foram abertas na sexta-feira, numa cerimónia em São Paulo.
A Mota-Engil venceu o leilão depois de apresentar a proposta com o maior desconto sobre a parcela que será paga mensalmente pelo poder público durante a concessão. O contrato terá a duração de 30 anos.
“É uma grande honra. […] Temos a certeza que iremos cumprir com as nossas obrigações e esperamos iniciar a obra o mais rapidamente possível”, afirmou o vice-presidente da Engil-Mota, Manuel António da Fonseca Vasconcelos da Mota.
O túnel será realizado através de uma parceria entre os governos estadual e federal, com a participação da iniciativa privada — que será responsável pela construção, operação e manutenção da estrutura.
O projeto deverá tornar-se a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Dos 1,5 km de extensão, estima-se que pelo menos 870 metros estejam submersos.
De acordo com o aviso, as obras deverão estar concluídas até 2030. A partir daí, segundo o secretário de Estado das Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, deverão iniciar-se as obras de acesso. “A nossa expectativa é abrir o túnel em 2031”, afirmou em entrevista ao g1.
Prevê-se que o túnel permita o tráfego de veículos ligeiros, transportes públicos, camiões, bicicletas e peões. Hoje, cerca de 78 mil pessoas atravessam diariamente entre as duas margens utilizando pequenos barcos e ferries.
A obra é considerada histórica e estratégica para a mobilidade regional. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que representou o governo federal na cerimónia, reiterou que o túnel Santos-Guarujá é o resultado de uma “união de esforços”.