Moçambique está entre os cinco principais parceiros africanos da província chinesa de Hunan, que se afirma como o novo centro estratégico do comércio entre a China e o continente africano.
África é, actualmente, o terceiro maior parceiro comercial de Hunan, com Moçambique a figurar entre os principais destinos, a par da África do Sul, Nigéria, Costa do Marfim e Marrocos, segundo dados divulgados pelo Standard Bank Group.
A província, situada no interior da China, superou os USD 670 mil milhões de PIB em 2023 e foi mandatada pelo Governo central e pelo Partido Comunista da China para liderar as trocas comerciais com África.
“A província está a implementar uma agenda ambiciosa, mas muito prática, com infra-estruturas que colocam os negócios africanos em contacto com a verdadeira procura chinesa”, afirmou Philip Myburgh, director do grupo de comércio no Standard Bank.
Com a implementação da política de isenção de tarifas para produtos provenientes de 53 países africanos, incluindo Moçambique, as importações para Hunan aumentaram 27,1% no início de 2025, atingindo USD 511 milhões.
Nos primeiros quatro meses de 2025, o comércio bilateral entre Hunan e África atingiu os USD 2,31 mil milhões, com destaque para as exportações da província no valor de USD 1,20 mil milhões, representando um aumento de 6,3% face ao período homólogo.
A política de abertura liderada por Hunan inclui um plano de 11 medidas que visa facilitar o comércio com África, através do apoio à construção de infra-estruturas como laboratórios de inspecção, armazéns logísticos no continente, estímulo ao comércio por troca e à criação de fundos de financiamento e serviços legais para apoiar as relações bilaterais.
A província acolhe também, desde 2019, a Exposição Económica e Comercial China-África (CAETE), uma plataforma utilizada para promover o intercâmbio directo entre exportadores africanos e compradores chineses.
