O lucro da EDP Renováveis, parte do grupo EDP que tem como principal accionista a China Three Gorges, caiu 56% no primeiro semestre, devido ao maiores custos operacionais e encargos financeiros.
O resultado líquido da empresa entre janeiro e junho foi de EUR 93 milhões, segundo comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) da empresa detida em 71,3% pela EDP.
A EDP Renováveis revelou que as suas receitas na primeira metade do ano cresceram 18%, para 1,42 mil milhões de euros, beneficiando de um aumento da capacidade instalada do grupo.
Com mais potência instalada, a produção de eletricidade da EDP Renováveis subiu 12%, para 21,2 terawatts hora (TWh), mais do que compensando a descida de 9% no preço médio de venda da energia.
No entanto, a empresa sublinha que o primeiro semestre deste ano contou com apenas EUR 12 milhões de ganhos com a rotação de ativos, o que compara com EUR 171 milhões no mesmo período do ano passado.
Além disso, os custos operacionais subiram 8%, para EUR 552 milhões, o que levou a que o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) tenha tido um ligeiro decréscimo, de 1%, para EUR 948 milhões.
Numa base recorrente e sem considerar ganhos com rotação de ativos o EBITDA apresentou um crescimento de 20%.
A subida das depreciações, imparidades e provisões, bem como um agravamento dos encargos financeiros e um aumento da rubrica de impostos acabaram por penalizar o resultado líquido da empresa, determinando a descida do lucro face ao primeiro semestre do ano passado.
Em junho a dívida líquida da EDP Renováveis ascendia a EUR 9 mil milhões, mais EUR 726 milhões do que no final do ano passado, o que penalizou a fatura com juros do braço de energias limpas do grupo EDP.
Apesar da deterioração das contas no primeiro semestre, a EDP Renováveis garantiu que “mantém os objetivos financeiros anteriormente definidos para 2025”, o que inclui um EBITDA recorrente anual de EUR 1,9 mil milhões e terminar o ano com uma dívida de EUR 8 mil milhões.
A empresa espera uma recuperação nesta segunda metade do ano dos negócios de venda de participações nos seus ativos, estimando um encaixe com rotações de ativos de EUR 2 mil milhões.