Li Qiang Representa China na Cimeira dos BRICS no Brasil

A China estará representada pelo primeiro-ministro Li Qiang na cimeira dos BRICS no Brasil, a partir de sábado, em que África estará em destaque.

“Por convite, o primeiro-ministro do Conselho de Estado, Li Qiang, participará na 17.ª Cimeira dos BRICS, no Rio de Janeiro, entre 05 e 08 de julho”, afirmou uma porta-voz da diplomacia chinesa, citada num comunicado.

Trata-se da primeira vez que o Presidente chinês, Xi Jinping, falta a uma cimeira de líderes do bloco de economias emergentes BRICS, desde que chegou ao poder, em 2013.

Fontes chinesas citadas pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post referiram que o facto de Xi e o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, terem mantido encontros frequentes no último ano pesou na decisão.

Os dois líderes reuniram-se durante a cimeira do G20 no Brasil, em novembro passado, antes de uma visita de Estado de Xi a Brasília. Poucos meses depois, Lula deslocou-se a Pequim para uma reunião com países da América Latina e Caraíbas.

Xi raramente visita o mesmo país dois anos consecutivos, com exceção da Rússia.

Sob a liderança chinesa, o grupo BRICS duplicou de tamanho no ano passado, passando a integrar nove membros com a entrada dos Emirados Árabes Unidos, Irão Egito e Etiópia, que se juntaram ao Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Em aberto está a possibilidade de Xi Jinping participar na conferência do clima das Nações Unidas, que se realizará no Brasil no final deste ano, embora Pequim ainda não tenha confirmado a deslocação.

Esta cimeira dos BRICS marca a expansão do grupo com a entrada do Egipto, Etiópia, Indonésia, Irão e Emirados Árabes Unidos, além da inclusão da Nigéria como parceiro estratégico.

O alargamento reforça os BRICS+ como uma voz forte em defesa da reforma da governação global e do comércio em moeda local.

A África do Sul, membro fundador e único representante africano original, pretende dar prioridade a temas como o financiamento climático, a justiça nas regras comerciais e a reforma profunda das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Com a entrada do Egipto e da Etiópia e a participação da Nigéria, África ganha maior peso no BRICS+, passando a influenciar decisões sobre sectores estratégicos como minerais críticos, segurança alimentar e transição para energia limpa.

O Novo Banco de Desenvolvimento, com o seu Gabinete Regional Africano em Joanesburgo, continua a ser fundamental no financiamento de projectos de infra-estruturas e energia verde, considerados pilares para o crescimento sustentável do continente africano.

A cimeira abordará temas prioritários como a redução da dependência do dólar americano no comércio, o reforço das infra-estruturas digitais, a inclusão financeira e o combate ao proteccionismo. Estas medidas estão alinhadas com os objectivos de África de diversificar a economia e enfrentar as alterações climáticas.

Esperam-se anúncios importantes no evento sobre a reforma monetária, o financiamento verde e a transformação digital que colocam África firmemente no centro da estratégia em evolução dos BRICS.

 

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