As importações pela China com origem nos países de língua portuguesa caíram 30,1% no primeiro trimestre de 2025, enquanto as exportações chinesas para aqueles países aumentaram 2,3%.
De acordo com informação do Serviços de Alfândega da China, divulgada na segunda-feira, entre janeiro e março o bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de USD 24,5 mil milhões para o mercado chinês, o valor mais baixo para os três primeiros meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid–19.
A descida deveu-se sobretudo ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram mais de um terço (34,1%) para USD 19,3 mil milhões, mas também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco, Angola, viu as exportações decrescerem 10,6% para USD 3,87 mil milhões.
Da mesma forma, as vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 14,4% para USD 635,3 milhões.
Pelo contrário, as exportações de Moçambique subiram 18,5% para USD 484,5 milhões.
Já as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram quase um terço (32,1%), para USD 204 milhões.
Também as vendas de Timor-Leste e São Tomé e Príncipe encolheram 97,4% e 53,2%, respetivamente, embora nenhum dos dois países tenha exportado mais de três mil dólares (cerca de 2.600 euros) em mercadorias para a China.
A China registou um défice comercial de USD 4,79 mil milhões com o bloco lusófono entre janeiro e março.
As exportações chinesas para os países de língua portuguesa tiveram o melhor arranque de ano de sempre, aumentando 2,3% nos primeiros três meses, em comparação com igual período de 2024, segundo dados oficiais.
As mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até março atingiram USD 19,7 mil milhões, o valor mais elevado para um primeiro trimestre desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar estes dados, em 2013.
Os dados divulgados revelam que a principal razão para o novo recorde foi Angola, cujas importações vindas da China mais que duplicaram, para USD 1,58 mil milhões.
Ainda assim, e apesar de uma descida homóloga de 2%, o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, com as mercadorias chinesas vindas da China a atingirem USD 15,8 mil milhões.
Em terceiro na lista, agora atrás de Angola, vem Portugal, que comprou à China produtos no valor de USD 1,48 mil milhões, mais 1,3% do que nos primeiros três meses de 2024.
Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram USD 44,2 mil milhões, menos 18,6% do que no mesmo período do ano passado.
Cabo Verde e a Guiné-Bissau não venderam quaisquer produtos para o mercado chinês nos primeiros três meses de 2025.