As exportações da China para os países de língua portuguesa atingiram um recorde até abril, enquanto as importações caíram 26% devido à redução de compras do Brasil, Angola e Portugal.
De acordo com informação dos Serviços de Alfândega da China, divulgada na terça-feira, as exportações chinesas para os países de língua portuguesa tiveram o melhor arranque de ano de sempre, aumentando 3,4%, para USD 26,7 mil milhões, o valor mais elevado para os primeiros quatro meses de um ano desde que o Fórum de Macau começou a apresentar estes dados, em 2013.
Os dados revelam que o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, apesar das importações vindas da China terem caído 0,2% em comparação com o mesmo período de 2024, para USD 21,5 mil milhões.
Pelo contrário, o segundo na lista, Portugal, comprou à China mercadorias no valor de USD 2,09 mil milhões entre janeiro e abril, um aumento de 6,4%.
Na direção oposta, entre janeiro e abril o bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de USD 34,3 mil milhões para o mercado chinês, o valor mais baixo para os primeiros quatro meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid-19.
Os dados, reunidos pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), indicam que a descida deveu-se, sobretudo, ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas caíram 29,8% para 27,1 mil milhões de dólares (23,6 mil milhões de euros).
Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 6,1%, para USD 5,49 mil milhões, enquanto as vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 12,5% para USD 883,2 milhões.
Sete dos nove países de língua portuguesa viram cair as respetivas exportações para o mercado chinês, sendo a exceção Moçambique, cujas vendas subiram mais de um quarto (26,3%) para USD 604,7 milhões.
As exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram quase metade (48,1%), para USD 203,5 milhões e as vendas de Timor-Leste, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe encolheram 96,1%, 83,3% e 58,3%, respetivamente, embora nenhum dos três países tenha vendido mais de cinco mil dólares (menos de 4.400 euros) em mercadorias.
A Guiné-Bissau não exportou qualquer mercadoria para a China nos primeiros quatro meses de 2025, tal como no mesmo período do ano passado.
A China continua a registar um défice comercial com o bloco lusófono, que atingiu USD 7,57 mil milhões nos primeiros quatro meses de 2025.