O excedente comercial da China com os países africanos superou USD 60 mil milhões até agosto, quase ultrapassando o total contabilizado no ano anterior, segundo dados do governo chinês.
Até agosto, as exportações chinesas de bens e serviços para África totalizaram USD 141 mil milhões, contra USD 81 mil milhões.
O desequilíbrio comercial deve-se, em grande parte, ao aumento das vendas chinesas de baterias, painéis solares, veículos elétricos e equipamentos industriais.
Para reforçar a aproximação ao continente, a China anunciou, em junho, a isenção de quase todas as tarifas comerciais para 53 países africanos.
Há mais de dez anos que Pequim investe em grandes obras de infraestruturas no âmbito da Iniciativa Faixa e Rota, alargando a influência do país no continente africano e garantindo o acesso a recursos naturais estratégicos.
A viragem em direção a África acompanha a queda das vendas para os Estados Unidos. Só em agosto, as exportações chinesas para o mercado norte-americano recuaram 33%, enquanto as exportações para os países africanos cresceram 26%.
Este movimento repete-se também noutras regiões, como a América Latina e o Sudeste Asiático.
Com as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, as empresas chinesas têm procurado novos mercados para escoar a sua produção.