A Câmara de Comércio da União Europeia na China (CCUE) alertou para o impacto do endurecimento dos controlos às exportações de terras raras anunciado por Pequim, sublinhando que poderá comprometer cadeias de abastecimento industriais.
“A principal preocupação imediata dos nossos membros é o atual volume de pedidos de licenças de exportação ainda pendentes de aprovação”, afirmou o presidente da Câmara, Jens Eskelund, numa declaração divulgada após a decisão chinesa.
O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) emitiu esta semana seis comunicados a restringir o leque de produtos e tecnologias relacionadas com terras raras sujeitos a controlo de exportação, incluindo limitações ao uso desses materiais fora das fronteiras chinesas.
“As novas regras acrescentam complexidade às cadeias globais de abastecimento de terras raras, ao alargarem o âmbito dos itens sujeitos a controlo e ao imporem restrições sobre o uso de tecnologias associadas fora da China”, apontou Eskelund.
Num contexto em que parceiros comerciais como a União Europeia têm expressado “preocupações claras” sobre o acesso a minerais críticos essenciais para a produção industrial, “estas decisões poderão agravar ainda mais as tensões comerciais”, advertiu o responsável europeu.
A CCUE apelou por isso às autoridades chinesas para manterem canais de comunicação abertos com os seus parceiros e “continuarem a facilitar as exportações de terras raras para empresas europeias”.
As terras raras são um conjunto de 17 metais com propriedades fundamentais para a produção de componentes tecnológicos e industriais, incluindo veículos elétricos, turbinas eólicas, equipamentos médicos e sistemas de defesa. A China domina mais de 80% do processamento global destes materiais, o que tem motivado crescente escrutínio por parte dos Estados Unidos e da UE.
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