Empresários Portugueses Parceiros da Chinesa Zhongtong nos Transportes

 

A fabricante automóvel chinesa Zhongtong tem como parceiros dois dos mais conhecidos empresários portugueses, Mário Ferreira e Carlos Martins, e está a acumular novos contratos.

A “Energia Fundamental” – empresa representante da gigante oriental – já havia fechado uma venda à Sociedade de Transportes Coletivos Portuenses (STCP) no ano de 2020 e desde então foi ganhando vários concursos, segundo o o jornal ECO.

Só no ano de 2023, matriculou 209 veículos. Em termos práticos, representa uma quota de 54% do mercado na área do segmento elétrico.

Na origem da empresa ligada aos autocarros elétricos estão Ricardo Guimarães e Mário Ribeiro – fundadores da empresa de instalação elétrica Bilobite Engenharia (BLB) – e mais tarde a Pedro Figueiral, ex-gestor de energia da Glintt.

Durante um ano, conversaram com três empresas chinesas, as quais estão “cinco ou seis gerações à frente da Europa na mobilidade elétrica”. Em 2019, chegaram a acordo com a Zhongtong.

Ricardo Guimarães reconheceu ao jornal ECO que foi a vitória de um concurso na STCP que lhes permitiu abrir as portas deste mercado que “é muito fechado, com poucas empresas clientes e fornecedoras a nível nacional”.

Para que fosse possível avançar com este negócio, já que a empresa não tinha capacidade financeira inicial para adquirir as cinco viaturas pretendidas pelo STCP, apareceram como investidores no projeto a Pluris Investments, de Mário Ferreira (presidente do grupo Mystic Invest, CEO da DouroAzul e proprietário da Pluris Investments, que é a maior acionista da Media Capital), e a Black and Blue Investments, holding familiar controlada por Carlos Martins — entretanto, a participação passou para a sociedade que o chairman da
Martifer detém ligada à energia (Enable Energy).

A negociação aconteceu na reta final de 2020, com os dois conhecidos empresários a ficarem com 37,5% cada um da “Energia Fundamental”.

“Isso permitiu-nos ter dinheiro fresco com alguma rapidez, mas sobretudo ter alavancagem bancária. Aí abriram-se as portas (dos bancos). De outra forma não teríamos conseguido”, indicou o gestor da BLB ao jornal ECO, que mantém 20% do capital e tem também como sócio (5%) Sérgio Mota.

Na entrevista ao jornal ECO, Ricardo Guimarães explicou que a proposta apresentada, e que acabou por ser a vencedora, levou a que tivessem maximizado “as questões técnicas” para dessa forma equilibrar o preço. “E depois temos competências na área da engenharia e da contratação pública”, frisou.

O contrato celebrado entre a Metro Mondego e a empresa Energia Fundamental – Mobilidade Elétrica, Lda. corresponde a um investimento de 32,9 milhões de euros que integra quer o fornecimento dos 40 autocarros elétricos quer os postos de carregamento de baterias, e uma despesa de 10,3 milhões de euros relativa aos serviços de manutenção durante os 15 anos de vida útil dos autocarros.

A frota prevista para o início da operação é composta por 35 autocarros, existindo ainda uma opção de aquisição de 5 autocarros adicionais, a qual poderá posteriormente ser exercida pela Metro Mondego.

O primeiro veículo chegou a Portugal em abril de 2024, estando previsto que a totalidade da frota esteja em Coimbra até ao final do presente ano.

Other articles

Portugal

Cidadãos portugueses isentos de visto na China em estadias até 15 dias

Portugal

Elétricos Chineses da Stellantis Prestes a Chegar ao Mercado em Portugal