A EDP, cujo maior accionista é a China Three Gorges, lucrou EUR 709 milhões no primeiro semestre, menos 7% do que no período homólogo, apesar de um aumento de produção e de ganhos de eficiência.
Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP adianta que, excluindo a contribuição dos ganhos de rotação de ativos (que foram nulos neste semestre face a 184 milhões de euros no mesmo período de 2024), o resultado líquido subjacente aumentou 27%.
Este incremento, explica, foi “impulsionado pelo aumento de 3,1 (GW) [Gigawatts] na capacidade renovável, um aumento de 12% na produção total de eletricidade com forte contributo das operações nos EUA (90% renováveis) e um sólido desempenho das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil”.
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) recorrente do grupo caiu 3% para 2.598 milhões de euros.
Excluindo ganhos com rotação de ativos, o EBITDA aumentou 7% em termos homólogos para EUR 2.590 milhões, “refletindo também a redução nos custos operacionais (-3% em termos homólogos) resultantes de melhorias de eficiência”.
A dívida líquida situou-se em EUR 17.200 milhões no primeiro semestre, refletindo o pagamento em maio do dividendo anual relativo a 2024 de EUR 0,20 por ação e o investimento realizado no período, notando a EDP que “a concretização de transações de rotação de ativos está maioritariamente concentrada na segunda metade do ano”.
No seguimento deste desempenho no primeiro semestre e das expectativas para o resto do ano, a EDP atualizou as previsões para 2025 e aponta agora para um EBITDA recorrente no intervalo de EUR 4.800 a 4.900 milhões, um resultado líquido recorrente entre EUR 1.200 e 1.300 milhões e uma dívida líquida de cerca de EUR 16.000 milhões.
Na atividade de redes de eletricidade, o EBITDA recorrente excluindo ganhos com rotação de ativos manteve-se no primeiro semestre “em linha com o período homólogo, aumentando 6% excluindo a desvalorização cambial, refletindo o aumento da eletricidade distribuída no Brasil e na Península Ibérica”.
Na atividade integrada de produção e comercialização de energia na Península Ibérica e Brasil, o EBITDA recorrente totalizou EUR 858 milhões, menos 3% do que no período homólogo.
Segundo explica a EDP, “apesar dos elevados recursos hídricos” registados no primeiro semestre deste ano (41% acima da média histórica em Portugal face a 33% no primeiro semestre de 2024), a produção hídrica da Península Ibérica caiu 6%, devido à utilização parcial desses recursos para recuperar os níveis dos reservatórios, que atingiram 87% no final de junho.
Já na produção eólica e solar, o EBITDA recorrente manteve-se até junho “estável” em EUR 960 milhões, apoiado por um aumento de 18% em termos homólogos da capacidade instalada, que levou a uma produção renovável 12% superior face ao primeiro semestre de 2024, mitigado pela queda de 9% no preço médio de venda de energia, para 54,9 euros/MWh (Megawatt/hora).
Excluindo os ganhos com rotação de ativos (EUR 171 milhões no primeiro semestre de 2024 face a EUR 12 milhões nos primeiros seis meses deste ano), o EBITDA recorrente da geração eólica e solar aumentou 20%.
Na atividade do primeiro semestre, a EDP aponta ainda uma subida de 2% dos custos financeiros líquidos, para EUR 470 milhões, “refletindo o acréscimo do custo médio da dívida em 23 bps [pontos base] para 4,8%, impulsionado pela subida dos indexantes em reais brasileiros e pelo aumento do montante médio da dívida face ao ano anterior”.
