As trocas dos países africanos com o resto do mundo aumentaram 13,9% em 2024, para USD 1,5 biliões, mas ainda representam uma pequena parte do comércio global, segundo um novo relatório do Afreximbank .
Apesar do aumento, que se seguiu a uma contracção em 2023, “África representa apenas 3,3% das exportações globais, o que é um sinal claro; o continente tem de fazer mais, afastando-se das exportações de matérias-primas e acelerando a o processo de industrialização se quiser melhorar a integração em cadeias globais de valor e aumentar o comércio intra-africano”, refere o relatório.
A China é o maior parceiro comercial dos países do continente africano há perto de 15 anos, sendo um grande importador de matérias-primas e exportador de produtos industriais.
“Depois de uma contração de 5,9% em 2023” e “apesar dos ventos contrários globais, o comércio africano recuperou fortemente em 2024, com as trocas entre países africanos a crescerem 12,4%, para USD 220,3 mil milhões de dólares”, disse o economista-chefe do Afreximbank e diretor do departamento de pesquisa.
Na apresentação do relatório sobre o comércio africano, em Abuja, à margem dos Encontros Anuais do Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), Yemi Kale salientou que “isto mostra os efeitos benéficos tangíveis da implementação do acordo de livre comércio continental” (AfCFTA, na sigla em inglês), e ocorre “mesmo num contexto de dificuldades com o aumento da inflação, riscos da dívida soberana e um persistente défice de financiamento comercial”.
O Afreximbank defende que “o comércio intra-africano demonstrou uma resiliência notável, apoiado pela recuperação de grandes economias como África do Sul, Nigéria e Marrocos”.