Chinesa CATL Em Conversações para Comprar Lítio Português

A produtora chinesa de baterias CATL está em conversações com um produtor de lítio em Portugal para vir a tornar-se cliente da nova unidade de refinação.
Dois projetos para refinar lítio, cuja procura vai disparar nos próximos anos com a vaga de carros elétricos e de baterias para armazenar eletricidade, continuam ativos em Portugal, um deles o LiftOne, que prevê um investimento de cerca de EUR 450 milhões e deverá avançar para decisão final de investimento em dezembro, segundo o Jornal Económico.
“Estamos a falar com todos (clientes). Temos uma grande lista, é muito extensa, incluindo a BMW e a Stellantis, até à CATL”, produtora chinesa de baterias, disse ao jornal o diretor da área tecnológica da Lifthium, Bart Packer.

A unidade de produção de hidróxido de lítio vai ficar localizada em Estarreja, distrito de Aveiro, estando previstos a criação de 150 postos de trabalho.

O projeto visa a produção de 28 mil toneladas por ano de hidróxido de lítio, essencial para fabricar baterias de lítio para equipar os carros elétricos.

Além dos bancos, outra parte do financiamento vai ter origem em capital dos acionistas da Lifthium, o Grupo José de Mello e a Bondalti.

Sobre os projetos  mineiros de lítio em Portugal, da Savannah e da Lusorecursos (que também tem prevista uma refinaria), Parker afirmou que não está previsto que sejam fornecedores, e que estes poderão vir do Sudeste asiático, como a Malásia, ou da América do Sul como Argentina ou Chile.

A companhia quer produzir lítio verde, isto é, vai recorrer a processos de eletrólise, evitando o uso de reagentes químicos, que são usados normalmente na refinação, num processo com emissões poluentes baixas.

“Usamos eletricidade em vez de reagentes químicos para produzir lítio”, explicou ao Jornal Económico. E também pretende usar matéria-prima proveniente das baterias em fim de ciclo de vida para produzir carbonato de lítio reciclado.

Antes, numa apresentação feita perante uma plateia de investidores, o diretor tecnológico da Lifthium revelou algumas das mais-valias para localizar o projeto em Portugal, incluindo custos energéticos muito mais baixos (30/40 euros/MWh, incluindo PPA verdes) face à Alemanha (250 euros/MWh) e ao Reino Unido (200 euros/MWh). Os custos laborais mais baixos face à média da União Europeia (-35%) e à Alemanha (-56%) também foram destacados.

Mas o sector vive um paradoxo frustrante: existe procura e esta vai disparar nos próximos anos, mas os preços do lítio teimam em não subir, com a Fastmarkets a prever que só subam a partir de 2030 (pois os mineiros chineses têm vindo a acumular stock).

Até lá, é preciso ter os projetos de mineração, refinação e produção de baterias a funcionarem em pleno, mas os preços baixos estão a prejudicar o financiamento dos projetos que deveriam estar prontos até 2030.

 

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