China Retoma Importações de Soja de 5 Empresas Brasileiras

A China retomou as importações de soja de cinco empresas brasileiras anteriormente suspensas por questões fitossanitárias, em vésperas do início da visita de Estado do Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim.

Os exportadores reintegrados — Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil, C.Vale Cooperativa Agroindustrial, Cargill Agrícola SA e ADM Brasil — constam agora da base de dados da alfândega chinesa, noticiou a Reuters.

No entanto, nem todos aparecem na lista de registo atualizada, indicando que as aprovações podem ainda ser transitórias.

O momento reflecte a ambição estratégica de Pequim de diversificar as cadeias de abastecimento alimentar e reduzir a dependência dos produtos agrícolas dos Estados Unidos.

A medida está alinhada com o esforço geopolítico mais amplo da China para contrabalançar as alianças comerciais lideradas pelos EUA, mantendo ao mesmo tempo a segurança alimentar.

O Brasil tornou-se o maior produtor e exportador mundial de soja, fornecendo mais de 70% das importações de soja da China.

Só em 2024, a China importou um recorde de 105,03 milhões de toneladas métricas de soja, sendo que mais de 74 milhões de toneladas vieram do Brasil.

Espera-se que a tendência acelere no segundo trimestre, apoiada por uma forte colheita brasileira.

A China, que compra mais de 60% da soja comercializada no mundo, depende do Brasil para satisfazer a procura interna, particularmente para as suas indústrias de pecuária e de processamento de alimentos.

A retoma das exportações de empresas anteriormente proibidas fortalece o domínio do Brasil no mercado chinês e reduz ainda mais a quota de mercado dos exportadores americanos.

O timing da decisão da China sublinha o aquecimento das relações diplomáticas. A visita prevista do Presidente Lula insere-se numa estratégia mais vasta para reforçar a cooperação Sul-Sul e reduzir as dependências comerciais do Ocidente.

A medida de Pequim ilustra também uma abordagem pragmática aos padrões comerciais.

Após a suspensão inicial, o Ministério da Agricultura do Brasil apresentou documentação abordando as preocupações fitossanitárias levantadas pelas autoridades chinesas.

 

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