A China está disposta a trabalhar com o Brasil e outros países da América Latina e dos Brics para defender conjuntamente o sistema multilateral de comércio, centrado na Organização Mundial do Comércio, e proteger a justiça e a equidade internacional.
Em conferência de imprensa na segunda-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, afirmou que a China valoriza a cooperação com o Brasil “na área da aviação e outros campos e está disposta a promover com base em princípios de mercado”, a propósito de uma possível maior abertura do mercado do país aos produtos brasileiros, que atualmente vão para os Estados Unidos.
O Brasil é um dos países mais afetados caso entrem em vigor as tarifas norte-americanas a 1 de agosto, com 50%.
O porta-voz defendeu ainda que a China “quer que todas as partes resolvam as diferenças económicas e comerciais através do diálogo e da consulta em condições de igualdade”.
A China consolidou-se no primeiro semestre como o principal fornecedor do Brasil, sendo responsável por 26,3% das importações da maior economia latino-americana, a maior percentagem registada até hoje.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o crescimento das importações com origem na China foi de 37,2% face ao período homólogo, muito acima do avanço geral das importações brasileiras, que subiram 16,7%.
A queda de 8,1% nos preços médios dos produtos chineses também contribuiu para aumentar a competitividade.
Este desempenho reflete fatores como a crescente familiaridade das empresas chinesas com o mercado brasileiro, bem como investimentos relevantes em infraestruturas locais, como portos e unidades industriais.
A qualidade dos produtos também tem evoluído, o que fortalece as trocas comerciais entre os dois países.
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