A Embaixada da China no Brasil tem vindo a promover produtos brasileiros como açaí, guaraná, café e sementes, sugerindo até o recurso ao comércio electrónico para sua comercialização entre os países.
Numa altura em que as empresas brasileiras afectadas pelo forte aumento das taxas alfandegárias pelos Estados Unido precisam de procurar novos mercados, a Embaixada da China tem recorrido à plataforma X para celebrar a chegada de novos produtos e marcas brasileiras ao mercado chinês.
No dia 2 de agosto, enquanto os produtores de café brasileiros sofriam com a exclusão do produto da lista de exceções das tarifas norte-americanas, a embaixada destacou que Pequim credenciou 183 produtores de café brasileiro como exportadores para o mercado chinês, medida que entrou em vigor no passado dia 30 e tem uma validade de 5 anos.
Dias antes, o perfil já tinha apontado o crescimento do consumo de café na china e o aumento das importações do produto pelo país entre 2020 e 2024, além do potencial de crescimento deste mercado: “O consumo per capita ainda é de apenas 16 chávenas/ano, face à média global de 240” e “o café tem vindo a conquistar espaço no dia a dia dos chineses”.
No mesmo dia, o perfil exaltou a acreditação de mais 30 empresas brasileiras para exportar sésamo para a China durante quatro anos, totalizando 61 habilitadas, medida atribuída ao protocolo de cooperação assinado pelos presidentes Lula e Xi Jinping em Brasília no ano passado.
A 5 de agosto, um vídeo mostrava o crescimento das parcerias comerciais entre a China e o Brasil, como a chegada de empresas de entregas chinesas ao mercado brasileiro e as vendas de café no país asiático: “E a ponte é bidirecional: o Brasil também está a marcar presença na China, com o queridíssimo café brasileiro.”
Em 2024, o Brasil respondeu sozinho por 30,7% de todo o café importado pelos Estados Unidos, o maior importador global do grão.
Outro símbolo das exportações do Brasil, o açaí é protagonista doutro post, no qual a embaixada celebra o avanço das vendas em solo chinês: “O açaí conquista paladares na China! Já disponível em cidades como Pequim, Xangai, Shenzhen e Cantão, a superfruta da Amazónia ganha espaço nas lojas de bebidas, atraindo os consumidores chineses pelo sabor único e pelos benefícios para a saúde”.
O guaraná, as Havaianas e Melissas também foram destacados pela representação diplomática, que partilhou fotos dos produtos à venda na China.
O mais recente afirma que “a China está de portas abertas para os produtos brasileiros — e o comércio eletrónico é a ponte!”. “Café? Própolis? Açaí em pó? Óbvio! Vem muito mais Brasil nos carrinhos chineses!”, afirma.
A China também flexibilizou as regras para compra de aeronaves do Brasil, um processo que estava em curso, mas que autoridades brasileiras acreditam que tenha sigo agilizado com o tarifas sobre o Brasil.
Embora a Embraer tenha tido os seus aviões isentos da sobretaxa de 40% por razões políticas, continua sujeita aos 10% de “tarifa recíproca” que Trump tinha anunciado para o Brasil em abril.