A China está a investir USD 300 milhões numa mina de cobre, que deverá estar operacional em setembro, e numa estrada na província angolana do Uíge.
O embaixador da República Popular da China em Angola, Zhang Bin fez na semana passada uma visita de trabalho na província do Uíge, onde destacou o compromisso de aprofundar a cooperação nos sectores das infraestruturas, mineração e combate à fome e à pobreza, manifestando elevadas expectativas quanto ao reforço da parceria estratégica entre os dois países.
O projecto da mina de cobre abrange as áreas de Mavoio e Tetelo em Maquela do Zombo, prevendo uma exploração inicial estimada em 4.000 toneladas de cobre por dia, com a primeira fase a atingir 2.500 toneladas diárias a partir de setembro de 2025.
O investimento total ascende a USD 250 milhões, dos quais 205 milhões já foram aplicados até junho de 2025.
O governador Provincial do Uíge José Carvalho da Rocha, sublinhou que o empreendimento deverá tornar-se uma bandeira do desenvolvimento regional, posicionando o Uíge como um novo polo mineiro nacional.
A fase subterrânea está prevista para o segundo semestre de 2026, após a conclusão da montagem da planta de beneficiamento dos minérios.
A área de exploração cobre aproximadamente 2.000 km², com duas licenças atribuídas: uma de cerca de 3.000 km² e outra de 7.000 km².
Atualmente, estão mobilizados 1.080 trabalhadores, dos quais 708 são angolanos e os restantes expatriados, maioritariamente chineses.
A operação terá início com mineração a céu aberto, numa extensão de cerca de 1 km e profundidade de até 250 metros, prevendo-se o início da fase subterrânea em 2026, com uma galeria de 1.630 metros, dos quais 630 metros já se encontram escavados.
Estudos de prospecção realizados ao longo das últimas décadas indicam reservas superiores a 40 milhões de toneladas de cobre puro.
O projecto de Mavoio representa um catalisador para o desenvolvimento da província do Uíge, com forte impacto na criação de emprego e na capacitação técnica da população local.
Em 2016, foi lançado o projecto de reabilitação de 37,5 quilómetros da estrada Uíge–Negage (EN‑220), financiado pela China Development Bank, através de um empréstimo de cerca de USD 50 milhões, com execução a cargo da China Petroleum Pipeline Bureau.
A intervenção teve como objectivo melhorar a conectividade interna e facilitar a circulação entre os municípios do Uíge e Negage no troço Tange, Quiôngua, Dambi, Calumbo e Pique.
Estes investimentos chineses, exemplificados pelo projecto de Mavoio, estão alinhados com a estratégia de cooperação entre a China e Angola para impulsionar sectores como a mineração, infraestruturas, segurança alimentar e formação técnica, promovendo um desenvolvimento económico sustentável e contribuindo para a redução da pobreza.
O investimento chinês na província do Uíge insere-se numa estratégia mais ampla de cooperação com Angola, que demonstra um interesse contínuo em projectos estruturantes – desde a infraestrutura rodoviária até ao desenvolvimento agrícola e educacional.