China Enfrenta Resistências nos BRICS Para Adoção do Yuan Como Moeda de Referência

A China tem intensificado iniciativas para alargar a utilização do yuan como moeda de referência dentro do bloco dos BRICS, mas o Brasil, a Índia e a África do Sul defendem um sistema multimoedas.

A proposta surge numa altura em que os países do grupo discutem alternativas ao dólar para reduzir o risco nas transações internacionais, que ganhou força após as sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a Rússia, que estimularam a procura de outras formas de pagamento, segundo o site noticioso brasileiro Click Petróleo Gas.

Neste contexto, a Rússia e o Brasil passaram a adotar o yuan de forma mais frequente nas operações comerciais, especialmente no setor petrolífero e noutras commodities.

Durante as cimeiras realizadas em 2023 e 2024, o governo de Xi Jinping apresentou propostas formais para que o yuan fosse considerado tanto nas reservas dos bancos centrais como nas transações comerciais.

Além disso, Pequim sugeriu que os países membros utilizassem com maior frequência as suas moedas locais nas trocas, sublinhando, no entanto, o papel do yuan como alternativa disponível.

Apesar da pressão, a estratégia não é aceite de forma unânime pelos países BRICS e a Índia e a África do Sul mostram cautela porque defendem um sistema multimoedas, em que diferentes moedas nacionais dos países membros podem ser utilizadas nas transações comerciais e financeiras entre eles, em vez de dependerem quase exclusivamente do dólar norte-americano como referência.

Mesmo o Brasil, que vinha utilizando a moeda chinesa em várias transações, reforça agora esta posição de não dar um maior protagonismo ao yuan.

Os três países defendem que o comércio interno do bloco deve ser diversificado e que um cabaz de moedas poderia competir com o dólar de forma mais equilibrada.

Além do comércio, a China pressiona para a utilização do yuan nos financiamentos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

Países como o Paquistão, o Sri Lanka e as nações africanas já receberam empréstimos denominados em yuan. A medida reforça a intenção de Pequim em consolidar a sua moeda como alternativa global.

Ao defender uma nova moeda de referência, baseada no yuan, e ao alargar a sua influência no Novo Banco de Desenvolvimento, Pequim reforça a sua posição de alternativa à hegemonia dos Estados Unidos.

 

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