China Aumenta Grupo de Países Africanos Que Usam Yuan para Transacções, Incluindo Angola

Depois de África do Sul, a Nigéria e Angola, o Egipto juntou-se ao grupo de países africanas que têm acordos com a China baseados no yuan e que estão a explorar ou a implementar a utilização da moeda chinesa para transacções comerciais e financeiras.

Durante uma reunião recente no Cairo, os bancos centrais da China e do Egipto assinaram uma série de acordos para promover a utilização do yuan no comércio e no investimento.

Estes acordos — elogiados pelo governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, como um passo fundamental para o avanço dos laços económicos — foram assinados na semana passada durante a visita do primeiro-ministro chinês Li Qiang ao Egipto.

Explorarão uma troca de moeda, bem como títulos panda em yuan emitidos por empresas estrangeiras em mercados continentais.

Os acordos abrangem também a cooperação em pagamentos eletrónicos, incluindo a expansão dos serviços UnionPay da China e a facilitação de negócios transfronteiriços em yuan para bancos na Zona de Cooperação Económica e Comercial TEDA Suez China-Egipto, perto da cidade de Suez.

Isto será feito através de liquidações em moeda local feitas através do Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço, ou CIPS — a alternativa da China à rede internacional de pagamentos SWIFT.

A Nigéria tem um acordo de swap cambial com a China que foi renovado em Dezembro por 15 mil milhões de yuans (2 mil milhões de dólares), permitindo a troca directa entre o naira e o yuan, sem precisar do dólar norte-americano.

Lauren Johnston, investigadora sénior do Instituto AustChina e especialista em China-África, afirmou ao South China Morning Post que África é um continente onde o comércio com a China é importante, mas é também um continente onde muitos países têm dificuldade em aceder a moedas estrangeiras suficientes, como o euro ou o dólar norte-americano.

“Para a China, pode haver uma hipótese de testar primeiro a internacionalização do RMB através de alguns países de África, onde os volumes podem ser pequenos à escala global e a presença da China na região é relativamente grande”, disse Johnston.

Na semana passada, o Banco de Desenvolvimento da China e o Banco de Desenvolvimento da África Austral assinaram um acordo de empréstimo no valor de 2,1 mil milhões de yuans, o seu primeiro acordo de cooperação de financiamento denominado em yuans.

A África do Sul tem também um acordo de swap cambial com Pequim, assinado inicialmente em 2015 por 30 mil milhões de yuans e que visa facilitar o comércio e o investimento bilateral.

Em Junho, o Standard Bank da África do Sul tornou-se um dos primeiros em África a oferecer o CIPS para facilitar os pagamentos interbancários directos em yuans entre África e a China.

O Standard Bank é o maior banco do continente e é parcialmente controlado pelo Banco Industrial e Comercial da China, que detém uma participação de 20%.

O financiador multilateral Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank), com sede no Cairo, também se juntou ao CIPS no mês passado para “transações em yuan mais rápidas, baratas e autónomas” no comércio China-África.

De acordo com o credor, a China é agora responsável por 20% do comércio global de África, acima dos apenas 5% de há duas décadas.

“Embora o comércio de bens tenha avançado rapidamente, o mesmo não se pode dizer dos fluxos financeiros, que continuam a ser prejudicados por fricções transfronteiriças, elevados custos de liquidação e processos complexos que limitam todo o potencial desta parceria económica vital”, afirmou o Afreximbank no início de Julho.

A mesma fonte referiu que o CIPS já estava a ser utilizado por mais de 4.900 instituições bancárias em 187 países e regiões.

 

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