O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, manifestou apoio ao Brasil no diferendo comercial com os Estados Unidos e reiterou a importância do grupo BRICS para a cooperação dos países do sul.
Wang (na foto, do lado direito) falou esta quarta-feira com o chefe da assessoria internacional da Presidência da República, Celso Amorim (na foto, do lado esquerdo), e criticou “interferências externas injustificadas” nos assuntos domésticos do Brasil.
A expressão consta de uma nota divulgada pelo serviço diplomático chinês e é uma referência indireta à ofensiva norte-americano, com a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções a autoridades judiciais do país lusófono.
“Wang Yi declarou [na conversa telefónica] que a China apoia o Brasil na defesa da sua soberania nacional e dignidade”, complementa a nota.
Para além de ministro, Wang Yi é um dos mais altos funcionários da estrutura hierárquica do Partido Comunista Chinês, chefiando a Direcção dos Negócios Estrangeiros do Comité Central.
A nota da China reitera a importância dos BRICS, grupo criticado por Washington, na para consolidar “a solidariedade e a cooperação” no Sul Global.
“Usar as tarifas como uma arma para reprimir outros países viola a Carta das Nações Unidas e mina as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”, lê-se no texto divulgado por Pequim.
Esta semana, o conselho da Câmara de Comércio Externo autorizou o Ministério dos Negócios Estrangeiros a interpor uma ação na OMC contestando as tarifas norte-americanas.
De acordo com o texto chinês, Amorim exaltou a “profunda amizade” entre o Brasil e a China, enaltecendo a “forte confiança mútua” e a “frutífera cooperação” entre os dois países.
O conselheiro internacional do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também corroborou, durante a chamada telefónica, críticas às tarifas norte-americanas.