China Alarga Acesso Sem Tarifas a Todos os Produtos de Todos os Países Africanos

A China planeia remover as tarifas alfandegárias de todos os produtos de todas as nações africanas, dando acesso ao maior mercado consumidor do mundo a mais 20 países africanos, a maioria nações de rendimento médio.

A medida foi anunciada no início de uma reunião de acompanhamento do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) em Changsha, na província de Hunan, na quarta-feira, juntando ministros africanos e responsáveis do governo chinês.

O Presidente chinês, Xi Jinping, numa carta apresentada na reunião, disse que a China estava disposta a estender a todos os artigos as medidas de tarifa zero a 53 países africanos com laços diplomáticos com a China.

Apenas eSwatini — a única nação africana que apoia Taiwan, que Pequim considera uma província separatista — está excluída das medidas.

O plano expande a política anunciada na cimeira do FOCAC de 2024, em Pequim, que concedeu a 33 países africanos menos desenvolvidos (PMD) — como o Uganda e a Etiópia — tratamento de tarifa zero.

Xi disse que a China “proporcionaria mais conveniência para os países menos desenvolvidos de África exportarem para a China”, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Para isso, Pequim planeia implementar medidas relacionadas com o acesso ao mercado, a inspecção e a quarentena, e o desalfandegamento para impulsionar o comércio.

Ao mesmo tempo, a China pretende dar formação em África para ajudar a executar as medidas e expandir a promoção de produtos de qualidade destas nações, disse Xi na carta apresentada à reunião ministerial de coordenadores sobre a implementação dos resultados do FOCAC.

Na quarta-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reuniu-se com ministros africanos para rever a implementação dos resultados do FOCAC.

Um comunicado divulgado após a reunião refere que a oferta tarifária estaria disponível assim que os líderes africanos negociassem e assinassem o acordo de Parceria Económica China-África para o Desenvolvimento Partilhado com a China para “receber produtos de qualidade de África no mercado chinês”.

Wang disse no seu discurso principal na reunião do FOCAC que “a China continuará a expandir a sua abertura a África… e a proporcionar mais mercados chineses e oportunidades para o desenvolvimento africano”.

Em plena guerra das tarifas, representantes da China e de nações africanas acusaram os Estados Unidos de perturbar a ordem económica e comercial global e de prejudicar os interesses coletivos da comunidade internacional.

A China é agora o maior parceiro comercial do continente, com um comércio total a atingir quase USD 300 mil milhões em 2024.

 

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