O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que o país quer atingir o estatuto de rendimento alto nos próximos 10 anos.
Na abertura do debate que encerra o ano parlamentar, marcado pelo balanço dos últimos nove anos de governação, a um ano das legislativas, o chefe do Governo disse que a economia cabo-verdiana cresceu, em média, 9% entre 2021 e 2024, após uma quebra de 20,8% em 2020 devido à pandemia de covid-19, e que o país é hoje classificado como de rendimento médio alto, graças ao crescimento económico “robusto e consistente”.
“A nossa ambição é atingir o patamar de país de rendimento alto, com um crescimento económico de dois dígitos, consistente no tempo, nos próximos 10 anos”, declarou.
Segundo Ulisses Correia e Silva, entre 2016 e 2025, mais de 48 mil pessoas saíram da pobreza absoluta, cerca de 11 mil da pobreza extrema e mais de 10 mil do desemprego.
“Com a continuação e reforço do crescimento económico, de políticas de inclusão e proteção social, iremos reduzir ainda mais o desemprego e a pobreza e muito mais pessoas irão sentir os benefícios do crescimento económico”, afirmou.
No setor social, destacou o reforço do rendimento social de inclusão, que beneficiou 46 mil famílias entre 2020 e 2025, o aumento da pensão social, mais apoio a idosos e pessoas com deficiência.
A nível económico, sublinhou a duplicação do número de turistas desde 2016, o crescimento do tecido empresarial, a redução da dívida pública, que passou de 123% para 109% do Produto Interno Bruto (PIB), com previsão de ficar abaixo dos 100% até 2026.
Sobre os transportes aéreos e marítimos interilhas, reconheceu dificuldades, mas garantiu que os serviços têm sido assegurados e que estão em curso processos para aquisição de novos aviões e barcos.
“Nunca se investiu tanto na requalificação urbana e ambiental em todos os concelhos do país, tornando as cidades, vilas e aldeias mais atrativas e com mais qualidade de vida”, disse.
O primeiro-ministro disse também que será reforçado o Ecossistema de Inovação e Fomento Empresarial e de Startups, com a criação de um centro de excelência digital e de inteligência artificial, que pretende qualificar jovens, atrair talentos da diáspora e posicionar Cabo Verde como “um destino estável e seguro para talentos africanos”.
Face às incertezas internacionais, defendeu uma governação orçamental e económica “competente e responsável”, capaz de inspirar confiança nos investidores, instituições financeiras internacionais e parceiros de desenvolvimento.
Reforçou ainda a necessidade de uma política externa “consistente e previsível”, a preservação da estabilidade, paz social, instituições fortes e compromisso com o Estado de direito democrático.
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