Cabo Verde e Japão vão reforçar a cooperação na formação em áreas como inteligência artificial, água e economia azul, acordaram os primeiro-ministros dos dois países.
“Convergimos quanto à prioridades na qualificação técnica dos recursos humanos, nomeadamente na inteligência artificial, em infraestruturas de mobilização da água e no desenvolvimento da economia azul”, afirmou Ulisses Correia e Silva, na sua página oficial do Facebook, após um encontro em Yokohama com o homólogo japonês, à margem da 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD).
O chefe do Governo cabo-verdiano adiantou que oum projeto de abastecimento de água em Santiago, financiado em USD 150 milhões pela agência japonesa de cooperação JICA, “depois de vários contratempos e ajustes, vai arrancar”, estando já na fase de aprovação para que a construtora japonesa inicie as obras.
Segundo Correia e Silva, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, “encorajou” Cabo Verde a abrir uma embaixada em Tóquio, na sequência da decisão já tomada pelo executivo cabo-verdiano.
“Colocámos à consideração do Governo japonês a celebração de um acordo de isenção de vistos para passaportes cabo-verdianos diplomáticos e de serviço”, acrescentou.
Na reunião, Cabo Verde defendeu ainda o reconhecimento das suas especificidades como pequeno Estado insular em desenvolvimento (SIDS), sobretudo no acesso a financiamento concessional e a donativos no quadro da cooperação com o Japão.
À margem da conferência, Ulisses Correia e Silva também foi recebido em visita de cortesia pelo presidente da Câmara Municipal de Yokohama, com quem abordou oportunidades de cooperação em áreas como gestão da água, tratamento de resíduos, administração portuária e formação profissional.
A TICAD termina hoje em Yokohama, no Japão, com o tema ‘Fortalecimento das parcerias para o desenvolvimento sustentável do continente africano’, tendo entre os participantes o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, o presidente em exercício da União Africana e chefe de Estado angolano, João Lourenço, e o primeiro-ministro são-tomense, Américo Ramos.