O ministro da Casa Civil, Rui Costa, deslocou-se à China para negociar com os gigantes do setor ferroviário o reforço das parcerias em tecnologia e os investimentos em comboios de alta velocidade, metro e metro ligeiro.
A agenda insere-se na preparação da visita oficial do Presidente Luís Inácio Lula da Silva ao país asiático em maio, altura em que os acordos deverão ser formalizados em conjunto com o Presidente chinês, Xi Jinping.
De acordo com a Casa Civil do Presidente brasileiro, Rui Costa reuniu-se com representantes do governo chinês e de empresas públicas e privadas, com foco nas infraestruturas, saúde e tecnologia.
Entre os principais interlocutores esteve a CRRC, o maior fabricante de material circulante do mundo. A empresa já opera no Brasil, com participação em sistemas de metro em São Paulo e Belo Horizonte, e demonstrou interesse em expandir a sua presença no país através de projetos do novo governo.
Na reunião com a CRRC, o ministro destacou o potencial de cooperação no transporte sobre carris e apresentou oportunidades que incluem comboios de alta velocidade, metropolitano e metro ligeiro.
Segundo Costa, o Brasil está empenhado em modernizar as suas infraestruturas e quer atrair tecnologia de ponta para ampliar a eficiência do transporte urbano e intermunicipal.
A missão a Pequim e Xangai liderada por Rui Costa incluiu ainda encontros com empresas como a Windey Energy, destinados a alargar os investimentos em armazenamento de energia. O Brasil tem interesse em fortalecer este segmento, considerado estratégico para a segurança energética do país.
A comitiva brasileira integrou ministros e representantes de várias pastas, entre os quais o ministro das Comunicações, Frederico Filho, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, e representantes dos ministérios dos Transportes, Saúde, Indústria e Comércio, Minas e Energia, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social.
Esta foi a terceira missão do ministro à China desde o início da governação de Lula.
Nas reuniões com o governo chinês, o ministro reiterou que o Brasil está empenhado no aprofundamento das relações bilaterais e na construção de uma nova etapa de cooperação estratégica.
“Queremos promover uma integração baseada no diálogo, nos benefícios mútuos e em oportunidades concretas para o desenvolvimento dos dois países”, afirmou.
Entre os temas em destaque estão os investimentos em infraestruturas ferroviárias, o alargamento da cooperação em energias renováveis e o estímulo à participação das empresas chinesas nos leilões de concessões previstos para os próximos anos.
Até ao final de 2025, o governo brasileiro estima a realização de 14 leilões de concessão de autoestradas, com a expectativa de atrair 50 mil milhões de reais em investimentos.
O presidente brasileiro estará na China nos dias 12 e 13 de maio, no contexto da Cimeira entre a China e os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (Celac).
O encontro bilateral previsto entre Lula e Xi Jinping vai acontecer em pleno adensar da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias globais.
Lula esteve na China em abril de 2023, visita retribuída por Xi Jinping numa visita de Estado em novembro do ano passado, após a Cimeira do G20, acolhida pelo Brasil.
Ambos encontraram-se também em 2023 na Cimeira dos Brics, na África do Sul.