A agência brasileira de promoção do comércio externo (ApexBrasil) prevê que as empresas chinesas investam mais de BRL 27 mil milhões (USD 4,8 mil milhões) até 2032.
Os investimentos abrangem setores-chave da economia como a mobilidade, as energias renováveis, a tecnologia, a mineração e os semicondutores, incluindo também os segmentos de entregas, segundo a CNN Brasil.
A fabricante automóvel chinesa GWM anunciou 6 mil milhões de reais para expansão das suas operações no Brasil. Os investimentos serão aplicados entre 2027 e 2032 para a adição de dois modelos à linha de produção no Brasil.
Os recursos somam-se aos BRL 4 mil milhões investidos entre 2022 a 2025 para reativar a fábrica de Iracemápolis (SP).
A Meituan, líder no mercado de entregas na China, a Meituan vai entrar no mercado de entregas no Brasil. A empresa anunciou um investimento superior a USD 5 mil milhões nos próximos cinco anos.
A operação será realizada sob a marca Keeta, já utilizada em Hong Kong e na Arábia Saudita. A previsão é que a operação crie cerca de 100 mil empregos indiretos. A empresa chinesa planeia também implementar uma central de operações no Nordeste.
A empresa Envision Energy anunciou BRL 5 mil milhões em investimentos para a construção do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina no Rio de Janeiro. O foco da unidade industrial será a produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação), hidrogénio verde e amoníaco verde.
A CGN vai investir BRL 3 mil milhões num hub de energia renovável no Piauí, com foco na energia eólica, solar, e armazenamento de energia, com a geração prevista de mais de 5 mil empregos na construção das unidades. A capacidade instalada prevista é de até 1,4 GW.
A cadeia de “fast food” Mixue vai passar a comprar fruta do Brasil para o fabrico dos gelados e bebidas geladas, como chás. A empresa vai iniciar a operação no Brasil com um capital de BRL 3,2 mil milhões e projeta 25 mil postos de trabalho até 2030. A primeira série de lojas está confirmada em São Paulo.
A empresa mineira Baiyin Nonferrous investiu BRL 2,4 mil milhões na aquisição da empresa mineira Vale Verde. A operação tem a capacidade de produzir anualmente 400 mil toneladas de cobre, 400 mil de chumbo e zinco, 15 toneladas de ouro e 500 toneladas de prata. A procura chinesa por cobre impulsionou a aquisição.
No setor tecnológico, a Longsys, através da subsidiária Zilia, anunciou um plano de investimento de BRL 650 milhões para ampliar a capacidade das suas fábricas em Atibaia (SP) e Manaus (AM). As fábricas têm foco no encapsulamento, testes de circuitos integrados e montagem de dispositivos eletrónicos com semicondutores.
A Zilia tem uma participação no Brasil no fabrico de componentes para semicondutores e também dispositivos de memória, os circuitos integrados de memória DRAM e Flash.
A Didi — empresa-mãe da aplicação de transporte 99 — vai investir num serviço de entregas no Brasil e prevê construir cerca de 10 mil pontos de carregamento para promover a eletrificação dos veículos na frota nacional. A empresa anunciou BRL 1.000 milhões para relançar o 99Food e expandir as operações no Brasil.
Segundo a CNN Brasil, entre os investimentos previstos, contam-se também parcerias privadas entre empresas brasileiras e chinesas: Nortec Química e empresas chinesas: 350 milhões de dólares em insumos farmacêuticos; Raízen e SAFPAC: Acordo para a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) na China; Fiocruz e Biomm: Produção local de insulina com potencial para beneficiar 16 milhões de brasileiros; ABES e ZGC: Cooperação em IA, infraestrutura de dados e capacitação; Eurofarma e Sinovac: Criação do Instituto Brasil-China de biotecnologia.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, sendo responsável por 28% do valor total exportado e por 41,4% do excedente comercial do Brasil.
Commodities como a soja (33,4%), o petróleo bruto (21,2%) e o minério de ferro (21,1%) representaram 75,6% do total exportado pelos produtores brasileiros aos chineses.
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