Angola assinou com a China uma parceria para o desenvolvimento económico e um novo contrato com a multinacional chinesa de telecomunicações Huawei.
Durante a Conferência Ministerial dos Coordenadores para a Implementação dos Resultados do Fórum de Cooperação China-África, realizada na semana passada em Changsha, província de Hunan, foi assinado o Acordo-Quadro de Parceria Económica para o Desenvolvimento Partilhado, que estabelece uma aliança estratégica com foco na transformação económica e no desenvolvimento sustentável.
Este acordo visa impulsionar a modernização agrícola e industrial de Angola, aumentar a competitividade no comércio internacional e promover a integração do país na economia global.
Entre os objectivos estão o fomento do investimento, a promoção de produtos de elevado valor acrescentado e o apoio à participação de Angola e de outros países africanos em cadeias de valor globais.
Foi ainda assinado o Protocolo sobre o Envio de Equipa Médica Chinesa para Angola, que prevê a deslocação de 12 profissionais de saúde chineses para o país.
A equipa terá a missão de partilhar conhecimentos, prestar assistência clínica (excluindo medicina forense) e colaborar com técnicos angolanos para reforçar o Sistema Nacional de Saúde.
O protocolo inclui ainda iniciativas de intercâmbio académico, formação profissional, consultas gratuitas e parcerias directas entre hospitais angolanos e chineses, promovendo a capacitação e a modernização do sector da saúde em Angola.
Numa conferência de imprensa no Consulado de Angola em Macau, o ministro das Energias e Águas do país africano, João Baptista Borges, anunciou ainda a assinatura em Shenzhen um contrato de USD 110 milhões com a Huawei.
O acordo inclui a instalação de infraestruturas tecnológicas como servidores, redes de fibra ótica e sistemas avançados de atendimento e faturação, com vista a melhorar a eficiência no fornecimento de energia e a alargar o acesso à eletricidade, sobretudo em centros urbanos como Luanda.
A Huawei, que já tem uma presença significativa em Angola, será responsável pelo fornecimento de tecnologia e formação de quadros locais.
“Temos confiança na Huawei, que já formou muitos jovens angolanos e criou infraestruturas importantes no país”, disse Borges.
Borges esteve presente em Macau icipar no 16.º Fórum Internacional sobre Investimento e Construção de Infraestruturas, no Centro de Convenções do The Venetian, com Angola a assinar também um memorando de entendimento com a empresa chinesa SMECO para desenvolver infraestruturas de produção, transporte e distribuição de energia e água.
“Foram reuniões bastante produtivas, outras empresas da área da indústria de construção de materiais elétricos. Nós também temos muito interesse em desenvolver em Angola uma indústria de construção de equipamentos e materiais elétricos que esteja virada para aquilo que são as nossas grandes prioridades neste momento no setor elétrico, que é expandirmos a eletrificação para as áreas rurais,”, destacou Borges
Entre as prioridades para o Governo angolano neste momento está a construção de linhas de transmissão para levar energia eléctrica às regiões leste e sul do país e a expansão do abastecimento de água, sobretudo em Luanda.
“Estamos a construir um sistema de abastecimento para mais de 7,5 milhões de pessoas em Luanda com a participação de uma empresa chinesa. Mas estas necessidades existem em quase todo o país”, afirmou.
O ministro referiu que garantir o acesso à eletricidade a 60 por cento da população, mais de 16 milhões de pessoas, é uma das prioridades até ao final do atual mandato, o que representa mais de 16 milhões de pessoas.