O acesso de produtos moçambicanos à China está a ser facilitado por isenções aduaneiras concedidas por Pequim, segundo responsáveis dos dois países.
Falando em Maputo durante a celebração do 76º aniversário da fundação da República Popular da China, o ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, afirmou que Pequim continua a ser um parceiro estratégico fundamental no processo de desenvolvimento económico e social do país.
Salim Valá destacou que a cooperação bilateral entre Moçambique e a China tem vindo a ganhar um novo dinamismo, com a intervenção chinesa a abranger áreas-chave como as infraestruturas, a energia, os transportes, a agricultura, a saúde, a educação, a ciência e tecnologia, a cultura, a defesa e a segurança, entre outras.
Valá revelou que, fruto desta parceria, a China posicionou-se entre os dez maiores investidores estrangeiros em Moçambique, tendo ocupado a segunda posição entre 2021 e 2023.
Em 2024, o volume das trocas comerciais entre os dois países atingiu cerca de USD 5,19 mil milhões, com as exportações moçambicanas a somarem USD 1,81 mil milhões, impulsionadas pelo carvão mineral, caju, feijão-bóer e macadâmia. O ministro referiu que estes produtos beneficiam de isenção de tarifas aduaneiras, facilitando o acesso ao mercado chinês.
Por outro lado, Moçambique importou da China 3,38 mil milhões de dólares em bens, sobretudo maquinaria pesada, materiais de construção, equipamento electrónico e bens de consumo.
Entre os projectos estruturantes destacados pelo ministro estão a construção de estradas, hospitais, escolas, pontes, aeroportos e o estabelecimento de centros de tecnologia agrária, como o de Boane. Mencionou ainda o projecto agrícola Wanbao, na província de Gaza, considerado uma das maiores plantações de arroz do país e importante para a segurança alimentar e a criação de emprego.
Salim Valá agradeceu ao governo do Presidente Xi Jinping o “apoio multiforme” prestado ao longo dos últimos 50 anos, sublinhando que a cooperação com a China assenta numa visão de desenvolvimento endógeno, com impactos visíveis na melhoria das condições de vida dos moçambicanos.
Por seu lado, a embaixadora da China em Moçambique, Zheng Xuan, assegurou que o seu país continuará a apoiar o crescimento de Moçambique, sublinhando que a cooperação entre os dois Estados tem produzido resultados tangíveis e sustentáveis.
Zheng sublinhou que, de janeiro a julho de 2025, as exportações de produtos moçambicanos para a China cresceram 13,8%, atingindo USD 1,9 mil milhões, com uma isenção tarifária superior a USD 5 milhões.
A diplomata reiterou o compromisso do seu governo em transformar o vasto mercado chinês em novas oportunidades de desenvolvimento partilhado com Moçambique.